quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Importa o movimento,
O gesto, o azul incerto do céu,
A chuva sábia confunde-se
Com cada poema variável
A eternidade suspende o instante vazio.
O tempo transforma a morte
No bater do Inverno.
Então, sonha com as nuvens e cria
Com a dureza das palavras

Maria Luísa
Monica Francisco

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Este amor que vejo
na imensidão do deserto,
faz-me chorar
uma lágrima de desespero
por esta imensa solidão.

As cicatrizes
do meu coração antigo,
e da memória
das primaveras floridas,
fazem a margem do meu pensamento.

Lá em baixo,
um sentimento
puro e sentido,
que é o amor.

No deserto que os aprisiona,
a paixão os envolveu.
Alegres por se amarem
num amor de perdição.

Frederico Duque Santos nº7
Daniel Tomé nº5

Sábio bater

As suas palavras,
importam a morte.
O bater fere o sonho.

O sol,
as nuvens,
o tempo,
fixa a interrupção.

O sonho
Suspende a prática.
o vazio cria-se,
o movimento confunde-se.

o tempo perde palavras,
a dureza
forma eternidade.

Frederico Duque Santos nº7

sábado, 26 de janeiro de 2008

O Céu


A importação das palavras,
a exportação dos números,
a interrupção das metáforas
no caminho das nuvens,
tudo se transforma no céu azul
e na dureza da noite.

Com o movimento,
a chuva confunde-se no vidro,
no gesto incerto do sol,
a Natureza invariável
suspende o azul.

Na eternidade do Inverno,
o bater de asas
fixa o céu,
no gesto caligráfico
do tempo.


Andreia Cardoso, nº2 / 10ºL
Filipa Barros, nº6 / 10ºL

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

A Poesia

A poesia é o azul do céu.
No Inverno, a chuva cai
E o poeta pensa de outra forma
Trabalha a palavra
Com o movimento das asas.

A pedra preenche o caminho
Da Natureza…
A própria noite perde alegorias
E importa a eternidade
Das metáforas!

Conta
Números e frases…
Fixa e sonha o sol
Nos cadernos do tempo.
Agora cria…


Micaela Lopes nº15
Rita Fortes nº22

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

O ódio que consome

Eu sei que há algo no meu sorriso
Tenho noção disso através do que vejo dentro de mim
E o amor faz parte desse algo
Um pequeno pedaço de trevas levou-me à escuridão
Levou-me a ver os meus medos
O meu ódio
Tudo o que de mau há em mim
Tudo o que de negro eu guardo
Tenho de ouvir o meu coração quando ele chama por mim
tenho de ouvir o meu coração pois não há nada que possa fazer contra ele
Eu não sei onde vou
Nem sei o porquê
Mas tenho de ouvir o meu coração antes de lhe dizer adeus eternamente
Antes de ficar adormecido no esquecimento
Tal como a réstia de amor que ainda sinto
Às vezes penso se de facto tudo é verdade
O ódio
A mágoa
A dor sem calma
E se os momentos de amor se perderam no tempo
É tempo de ver que nada é o que parece
Que nada é apenas amor e que tudo é amor
Penso no meu amor e nos meus sonhos que se perderam no meu pequeno mundo de ilusões
Há vozes dentro de mim que querem ser ouvidas
Palavras dentro da minha mente que querem ser ditas e escutadas
Tenho tanto para mencionar mas não encontro as palavras certas
Por mais banais que possam ser
Não as encontro num tão vasto vocabulário
A magia que esqueci quer agora sair de mim com um novo encanto
Encanto esse que se desvaneceu
Há muito
Na infinita luz que me consumia
Tenho uma vasta escuridão
Solidão que me cativa
Cativa
Persuade
Consome tudo o que há em mim
Apenas tenho de sentir o que resta do meu amor
Amor esse que é díficil de lembrar mas impossível de esquecer
Eu costumava pensar o que realmente é impossível de se tornar real
O mundo continua focado em aparênciase disso não tenho a menor dúvida
Eu consigo sentir a mudança de tudo em tudo
E essas mudanças são apenas negativas
Algumas pessoas ainda conseguem manter o bom senso
Mas essas são as doentes mentais ou supostamente não lúcidas
A minha mente voa e voa por entre ilusões e desilusões
Amores e ódios
Alegrias e tristezas
Isso faz com que a minha vontade de escrever não se extinga
Nem se deixe ser consumida pela escuridão que cada vez mais me assombra
Vi o que nunca deveria ter visto
Passei pelo que nunca deveria ter passado
Fiz o que nunca deveria ter feito
Mas mesmo assim continuo ingénua ao cúmulo de não me conter e voltar a cometer os mesmos erros
Sinto saudades de cantar e dançar à chuva
De rir e não de apenas sorrir
De sonhar
A dor que sufoca o eterno amor
O sentimento que perdura em mágoa
A tristeza de não conseguir lutar
De não ter reacção para a perda
Os olhares que se vão desvanecendo
Os beijos que se vão esquecendo
As morais que se vão perdendo
Tudo muda
Mas nada espanta
Tudo chora e nada encanta
Rodeada por uma muralha de sentimentos
Protejo-me de medos que me consomem.

Sílvia Teixeira Nº25