sexta-feira, 30 de maio de 2008

A noite

A noite é a escuridão
Durante a noite aparecem os que se escondem de dia
É à noite que os medos, as reflexões, as sombras, as memórias,
Tudo surge no pensamento que voa na escuridão
O vento sopra férvido e gélido
A alma aquece e o sentimento arrefece
A mente queima e o corpo gela
Durante a noite o tempo é relativo
Quando pensamos que passaram minutos enquanto sonhávamos,
Passavam horas da noite
As folhas secas de Inverno pairam na varanda onde,
No Verão, pousam as belas andorinhas negras como o escuro da noite e brancas como a luz do dia
A noite é o refúgio dos sonhos, das ilusões
Até da eterna esperança que perdura no coração mais negro que existe
A noite é onde tudo acontece e nada se sabe
É onde a realidade e a ilusão se encontram
Onde a morte e a vida se cruzam
Onde o amor e o ódio se completam
Onde os amantes se entregam sem pudor
É à noite que ouvimos o silêncio que nos escuta a passar
É à noite que se encontram mais obstáculos nas nossas jornadas
As vozes e até o mais ínfimo som nos assustam
A noite é a escuridão que nos consome
Que nos devora internamente na eternidade das horas da noite
A noite é tudo e nada enquanto as horas passam nos minutos do pensamento.


Sílvia Teixeira

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