quinta-feira, 5 de junho de 2008

Entrevista a Duarte Vieira, professor e júri de dança:

1- Quando ganhou o gosto pela dança, visto que não foi a área que seguiu na universidade?
Acabei por não concluir o meu curso na universidade. Ganhei o gosto pela dança na adolescência e foi isso que segui.

2- Há quanto tempo é professor de dança?
Sou professor de dança há 16 anos.

3- Quando é que foi ensinar para a escola de dança Alunos de Apolo? Como surgiu o convite para essa oportunidade?
Eu dou aulas nas escolas alunos de Apolo em Lisboa, Santarém e Famalicão, também no clube de Ténis do Estoril. Esta oportunidade surgiu, visto que foi lá que eu fiz a minha formação.

4- Sabemos que é um júri conceituado a nível mundial, quais são os caracteres que utiliza para avaliar os dançarinos?
Os principais caracteres que se utiliza para avaliar os dançarinos são o ritmo, a execução técnica, a dificuldade da coreografia e a apresentação.
5- Já recebeu algum prémio?
Sim.
Qual?
Ganhei vários prémios a nível nacional, alguns prémios de qualificação e de mérito.

6- Como acha que os jovens, hoje em dia, vêem a dança?
Os jovens, hoje em dia, estão cada vez mais receptivos à dança.

7- Qual é o seu estilo de dança preferido?
Dos 10 estilos de dança que ensino, gosto de todos, desde as clássicas às latinas.

8- Já trabalhou com famosos?
Não.

9- Se pudesse descrever a dança por uma só palavra, como a descreveria?
Descrevo a dança por: Arte.

10- Passa mais tempo a trabalhar em Portugal ou no estrangeiro?
Sou muitas vezes convidado para ir ao estrangeiro, enquanto júri, mas hoje em dia passo mais tempo a trabalhar em Portugal.

11- Para si, como é ensinar?
Para mim ensinar é um prazer, é uma actividade que faço com muito gosto.

12- Para si, quais são as características necessárias para aprender a dançar?
As características necessárias para aprender a dançar é a Vontade e nunca desistir à primeira dificuldade.

13- O que é que aconselharia a alguém que começasse hoje a dançar?
Não desistir facilmente, com esforço toda a gente consegue aprender a dançar.



Frederico Duque dos Santos, Luísa Caseiro, Mónica Francisco - 10º L

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Será possível?!

Luana tem 17 anos e desde pequenina que sonha entrar no mundo da moda. Tudo o que tenha a ver com moda a fascina, desde as passereles, à fotografia, passando também pela publicidade, ela preocupa-se com a sua imagem apesar de achar que a que tem não é a ideal .
Luana vive perto do mar e isso ainda faz com que se preocupe mais com o seu físico, pois passa muito tempo na praia. Ela é alta, magra e, apesar de não achar, tem as medidas certas para poder concretizar o seu sonho. Todos os seus amigos e familiares a incentivam a inscrever-se em algumas agências de moda. Apesar de muitas hesitações, decidiu inscrever-se para tentar fazer com que o seu sonho se tornasse realidade, pois se não tentasse nunca iria saber .
Chegou o dia em que Luana foi chamada por uma agência de modelos, para realizar um casting. Quando chegou à agência viu imensas raparigas que, tal como ela, sonhavam em vir a ser modelos. Luana começou a olhar para as raparigas e sentiu vontade de desistir pois, apesar de lá estarem imensas jovens, era o sonho praticamente de todas as adolescentes...
Finalmente chegou a sua vez, os júris pareciam bastante exigentes e rigorosos. Após vários minutos a observar a beleza da pequena Luana deitaram-lhe um olhar ameaçador e, por fim, decidiram que ela seria a escolhida. A ingénua Luana ficou extremamente feliz, mal la sabia o que a esperava.
Chegara o dia da sua partida para um suposto curso de modelo no estrangeiro, Luana estava radiante, despediu-se da família e amigos e partiu, juntamente com outras jovens da sua idade. Chegaram a uma cidade onde as pessoas eram muito frias e pararam em frente a um casarão cor-de-rosa que se chamava A Casa das Fantasias. A casa, vista de fora, parecia calma e bastante luxuosa, assim que a senhora da suposta agência lhes abriu a porta, Luana e as outras jovens entraram e depararam-se com um cenário aterrorizador e obsceno. Luana olhou à sua volta e viu raparigas, de uma beleza extrema, assim como ela, a seduzir homens asquerosos. A pequena jovem apercebeu-se que estava numa rede de prostituição...
Luana, desesperada e aterrorizada, começou a correr para a porta de saída, mas foi impedida de o fazer e obrigada a ficar. Tiraram tudo à pobre Luana. Passou vários anos de horror , ali. Certo dia, Luana teve uma conversa muito séria com as suas colegas e planearam criar uma armadilha aos bandidos que as obrigavam a cometer actos indecentes.
Por mais estranha que pareça o plano delas correu bem e conseguiu sair dali.
Uns meses mais tarde, já de regresso a casa, Luana decide ir atrás do seu sonho outra vez e dirige-se à Face Models (agência de modeles de Fátima Lopes), fazendo um casting para ser manequim.
Semanas depois Luana faz o seu primeiro desfile, após ter realizado várias campanhas e catálogos de moda, tornando-se nem ícone da moda não só no seu país (Portugal) como também no estrangeiro.


Andreia , Patrícia , Sílvia , Alda , Filipa , Sónia e Jéssica .

Sofrimento

Eu tinha tantos planos, tantos sonhos, tantas ilusões… Mas parece que tudo ficou pelos planos.

Já faz tempo que não falamos, mas de vez em quando a saudade vem, e trás tudo o que eu queria esquecer. Já não pretendo mais convencer-te, quem, sabe se o tempo não te fará acreditar no meu céu mais uma vez…

Tantos planos para te conquistar, tantos planos para te esquecer, mas sempre que fecho os olhos, finjo que não vejo, mas o meu pensamento és tu, está sempre em ti.

Tantos planos para me “levantar”, outros tantos para me arrepender, eu fecho os olhos, e finjo que não te vejo mas, de vez em quando a saudade vem...

Pensas que está a ser fácil para mim, mas enganas-te, pois não me lembro de estar tão mal como estou agora. Não há momento do dia, de que me lembre em que não estás no meu pensamento. Paro um segundo e penso: “sai daqui! Vai-te embora!”, mas tu lá continuas…

Não me dêem fórmulas certas para ter sucesso em tudo o que faço, porque eu não espero acertar sempre… Não me mostrem o que esperam de mim, porque eu vou seguir sempre o meu coração e os meus ideais... Não me façam ser quem não sou, não me convidem a ser igual porque sinceramente, sou diferente e tenho orgulho nisso!

Não sei amar pela metade, quando amo digo-o com convicção e dou tudo o que tenho!
Não sei viver de mentira nem voar de pés no chão, sou sempre eu mesma, mas com a certeza de que não serei assim para sempre…

Só quero fazer a coisa certa tanto para mim como para ti. As vezes as coisas certas trazem muita dor, magoam, fazem-nos chorar, deitam-nos a baixo, e por vezes arrependemo-nos de as fazer…

Talvez se por acaso eu te queira amar mais ainda, nesse dia tu já tenhas transformado todo o teu amor em amizade. Talvez quando eu perceber que já não existe quem me queira, me lembre que tu me querias, mas talvez tu já tenhas ido à procura de alguém que te queira tanto como eu te quis…

Não quero ser tola ao ponto de, se um dia vieres a pensar que eu estou a sofrer por ti, porque esse dia já veio, permanece e tu nem te apercebeste nem te apercebes…talvez quando eu acabar de escrever isto tu até já me tenhas esquecido…


Andreia Cardoso, nº2 do 10ºL

Maick Rodrigues, nº12 do 10ºL

Para o meu grande primo

Lembro-me de ti! Quando jogávamos “playstation” juntos e víamos desenhos animados. Lembro-me de estarmos os dois sentados num banco em tua casa e ver-te sorrir. Tens um sorriso tão bonito e tão doce! E ainda me lembro quando eu tinha sete anos e estavas no meu aniversário. Estavas ao colo do meu irmão, enquanto cantavam os parabéns. E ainda me lembro de tirarmos uma foto de família e de te sentares ao meu lado, puseste a tua mão em cima da minha perna. A tua mão era tão pequenina, tão frágil, era a mão de uma criança indefesa e inocente que não merece nenhuma maldade do mundo.
Passado uns tempos, eu mandava-te cartas. Estavas no hospital com aquela terrível doença que te corria pelas veias. Queria muito visitar-te mas ninguém me permitiu. Talvez porque nesse hospital havia muitas crianças assim, doentes e tristes com vontade de sair daquele sitio fechado e frio. Mesmo assim queria ver-te e dar-te força porque eu sabia que tu irias vencer esta batalha. Quando fiz oito anos tu não estavas lá. Senti a tua falta.
Passaram-se três meses e aquela foi a última vez que te vi. Entrei num salão e via pessoas chorarem. No meio desse salão estava um caixão. Aproximei-me. Estavas lá deitado, com as mãos sobre o peito, os olhos entreabertos, tinhas pouco cabelo mas estavas mais crescido. Pus a minha mão sobre o caixão e olhei-te nos olhos. Quis que me sorrisses, mas não sorriste. Quis que me olhasses, mas não olhaste. Por momentos tive esperança que o fizesses, mas não o fizeste. Percebi que me tinha enganado e que afinal não tinhas ganho a batalha. Então uma lágrima escorreu-me pela face e limpei-a rapidamente. À minha volta as pessoas gritavam e choravam. Olhei para ti e vi que aquela era a última vez que te olhava. Depois fecharam o caixão.
Desde esse dia, nunca gritei, nunca chorei, nem nunca perguntei porquê. Porque continuas a ser o meu grande amigo e vês-me todos os dias. Porque eu sinto que continuas comigo, a meu lado e nunca me abandonas. Porque os verdadeiros amigos estão sempre presentes, eu fecho os olhos e tu estás lá e continuas a sorrir com o mesmo sorriso bonito e doce.
Agora és o meu anjo, agora és o meu anjo da guarda…

Micaela Lopes nº 15 10º L

A Era do Gelo

Era uma vez, no ano 3500 uma rapariga chamada Britney. Ela vivia na Gronelândia e tinha nove anos. Era uma rapariga bonita, alta para a idade que tinha, loira e de olhos azuis. Vivia com os pais e com o irmão mais novo, com três anos de idade, chamado Fretdie, numa casa grande e afastada. Apesar de Britney sonhar com o mar e em poder ir à prais, adorava a neve. Era muito apegada à sua mãe e ao seu irmão, em relação ao pai já seria mais distante, pois este era uma pessoa muito amarga e misteriosa, nunca demonstrava o amor que sentia pela família.
Um dia, a sua mãe morreu e todos tiveram que ir viver com o pai. Á medida que a menina foi crescendo começou a fartar-se da indiferença do seu pai e decidiu fugir de casa.
Perdida e a morrer de frio, Britney acabou por encontrar uma tribo que lhe era desconhecida.
Algumas das crianças que a viram a rondar o acampamento decidiram ir contar ao líder porque pensavam que era uma ameaça para a tribo.
Nanaka, líder da tribo, mandou um dos seus homens ir ter com Britney, perguntando-lhe o que fazia ali e o que queria. Ao contar-lhe a sua história ele decidiu pedir autorização a Nanaka para acolher aquela rapariga.
Nanaka era um homem forte, marcado pelas provas que a vida lhe fizerae era respeitado e amado por toda a sua tribo.
Este aceitou acolher a menina como sua filha, quando ouviu a sua triste história. A menina instalou-se no acampamento e era feliz pois todos a aceitaram como membro. Mas a menina desconhecia o motivo de ter sido aceite por esta tribo. A verdade é que ela era um sinal dos antigos profecias.
Até que um dia soube que o seu pai estava desesperado à sua procura e que viria ao seu encontro. O seu pai fora avisado por uns forasteiros que a filha se encontrava na tribo de Nanaka.
A profecia da tribo citava que quando uma jovem rejeitada pela família aparecesse no acampamento, a era do gelo iria acabar.
Mas como a rapariga não tinha sido rejeitada pelos pais e tinha saído pela sua livre vontade, a era do gelo não acabou!...
O pai da Britney encontrou-a numa ida à caça. Reconhecendo o seu pai, Britney começou a fugir.
No dia seguinte, ele volta ao mesmo lugar para ver se a encontrava outra vez e encontrou!... Suplicou-lhe que voltasse para junto da sua família e Britney comoveu-se com estas palavras tendo decidido regressar.

Micaela Lopes Nº 15 10 L
Maick Rodrigues Nº 12 10º L
Jéssica 10º L
Ana Rita Nº 1 10ºL
Andreia 10º L
Patrícia 10ºL

Liberdade

“Foge Tiago! Eles vêm atrás de nós.” Foi esta a frase que ouvi, do meu amigo Vasco. Olhei para trás e, realmente, ele tinha razão, desta vez estavam fardados. Começámos a correr. Que adrenalina! “É difícil correr na areia, o próximo assalto não voltará a ser no bar da praia” pensava eu enquanto fugia. Fomos por um atalho até à aldeia mais próxima, conseguindo despistá-los. De repente ouvi uma voz a gritar por ajuda. O som vinha de uma casa estranha. Espreitei pela janela e não podia acreditar no que via. Um homem de cabelos grisalhos, espancava violentamente uma criança com cerca de dez anos de idade. Talvez fosse seu pai. Foi aí que me lembrei da minha infância, tinha-me acontecido exactamente o mesmo. O meu pai era alcoólico… senti que tinha que ajudar aquela criança. Arrombei a porta e apontei-lhe uma arma, a mesma arma que tinha usado no assalto, nunca pensara fazer uma boa acção com ela. O Tiago voltou a avisar-me que tinha ouvido a policia. Não quis saber, eu tinha que ter a certeza de que a criança ficava bem e em liberdade. A polícia entrou e prendeu o homem, a criança foi levada para uma instituição, ao que parece a sua mãe tinha falecido e esta estava completamente só. Nas noites seguintes a este acontecimento, não parava de pensar no assalto que tinha feito. Lembro-me de umas crianças que, ao verem-me, choraram, o que eu tinha feito só por divertimento!... Sentia-me um monstro aterrorizador, isto nunca me tinha acontecido. Mas também me lembro na criança que tinha salvo e fez-me sentir um herói. Era assim que queria continuar. Por isso entreguei-me à polícia, contei tudo. Queria a minha liberdade de volta, queria poder dormir sem pesos na consciência. No julgamento, condenaram-me a sete anos de cadeia. Foi merecido. Apesar de tudo, sabia que tinha sete longos anos pela frente e só depois seria um homem livre.
Os sete anos passaram e, hoje, com sessenta e dois anos sinto-me realmente em plena liberdade. Naquela altura era muito novo, tinha sensivelmente dezanove anos. Tento transmitir aos meus netos aquilo que é certo e o que é errado. Sinto-me feliz por aquele dia do assalto ter acontecido, foi como que uma prova de vida, vi que aquilo que fazia era completamente errado. Nunca bati nos meus filhos, porque não há nenhuma criança que mereça isso, nem nenhum pai tem liberdade para o fazer.
Micaela Lopes nº 15 10º L

Violência Doméstica

A violência doméstica é um problema cada vez mais acentuado nos dias de hoje. No mundo, uma em cada três mulheres já foi espancada, coagida a ter práticas sexuais ou vítima de outro tipo de abuso por parte de familiares.
Há vários tipos de violência, sendo a física a de maior gravidade, levando a vítima, por vezes, à morte. Estão em causa diversos factores como, dependências viciosas, problemas de relacionamento e financeiros, distúrbios psicológicos, educação, preconceito, descriminação, entre outros. Existem estratégias de irradiação desta atitude, como a denuncia; caso contrário a vitima terá graves consequências, nomeadamente traumas, sentimentos de culpa e poderá, futuramente, ser agressiva.
Em suma, a violência doméstica deve ser eliminada, a vitima deve denunciar para que o agressor reflicta sobre os actos que cometeu, tentando não voltar a fazê-lo. Em pleno século XXI deveria haver mais dignidade humana, pois a mulher tem sido, ao longo dos anos, considerada um ser inferior, tornando-se uma vítima.

Micaela Lopes Nº 15 10º L

Entrevista com Joaquim Casado, presidente da junta de freguesia da Ericeira

Como é que iniciou a sua carreira política?

Iniciei de uma situação que nunca me passou pela cabeça.Nunca me tinha lembrado de semelhante coisa, nem fui eu que me lembrei.Foi alguém que se lembrou de mim e que, por sermos amigos, me convidou para vir para estas questões.Eu quase que garantia que nunca viria para estes casos, mas acabei por vir, sem vontade própria mas foi a convite de um amigo meu , o actual presidente da câmara.

Qual o seu percurso desde então, até chegar a presidente da junta da freguesia de Ericeira?

O percurso foi o seguinte: estudei, depois deixei de estudar e comecei a trabalhar em casa dos meus pais, com 21 já era patrão, já tinha empregados por minha conta, já tinha responsabilidades. Tentei, como se diz, subir a vida a pulso. Fui pelo caminho das pedras, o mais difícil e foi preciso muita sorte porque passei por um período áureo,um período pós 25 de Abril em que as pessoas tinham dinheiro e queriam gastá-lo. Hoje sou comerciante como sempre fui e acumulo a actividade de ser comerciante com esta de ser presidente da junta em part-time.

Segundo o que averiguámos vão ser realizadas obras no porto de pesca da Ericeira. Além da requalificação do actual pontão,estará também em estudo a construção de um novo pontão a sul. É provável que isso aconteça?

É. Tudo é provável que aconteça de positivo na Ericeira. O que era impensável há uns anos atrás. Temos um centro de saúde com o nº de habitantes que temos... Hoje existem pequenas vilas que são cidades, que é o caso de Moscavide ,Sacavém, Cacém, que não têm centro de saúde e nós temos.Era impensável que nós fossemos ter um porto de pesca devidamente recuperado, mas temos um porto de pesca devidamente recuperado. Era impensável que tivéssemos uma auto-estrada, temos uma auto-estrada a chegar à Ericeira. Era impensável que tivéssemos uma escola primária que é considerada a "universidade do básico", temos uma escola primária quase concluída. Portanto, tudo na Ericeira é possível,pela positiva, felizmente.

A população da Ericeira é uma das maiores no nosso concelho. Sendo a maior parte constituída por jovens, acha que será construída uma escola secundária na Ericeira?

Não sei, isso é uma atribuição do Ministério da Educação e, com as restrições que neste momento está haver a nível governamental, não acredito sinceramente que seja possível. Talvez num futuro próximo.

Qual o futuro que prevê para o nível de desenvolvimento para a Ericeira?

O futuro está um tanto ou quanto hipotecado pelas alterações que todos nós estamos a ter. Todos nós notamos que há uma transformação. As alterações que ocorreram no nosso plano familiar de há 3 anos para cá, com o preço dos combustíveis,o preço dos alimentos, que sobem em flecha, os ordenados, que não equiparam as subidas, o que é impensável, quer no mundo quer na Europa... Portanto é muito difícil alguém conseguir prever o que irá suceder em termos de desenvolvimento.
Caminhamos para uma crise europeia, para uma crise mundial.Há milhões de pessoas a passar fome na Ásia central. Há 136 empresas a encerrar por dia em Portugal(média 2007). Agora o que é necessário é conseguir apresentar o que sempre apresentámos: saber receber, saber tratar, uma terra muito bonita, muito bem identificada com aquilo que temos para oferecer que é turismo, gastronomia, imagem, lazer, sossego, pacatez... É isso que nós temos.

Foi atribuída Bandeira azul a alguma praia da Ericeira?

Sim, à Praia do Sul, à Praia do Algodio e à praia de Ribeira de Ilhas. E estamos a iniciar um processo, já há meses, que é ter a primeira praia na área metropolitana de Lisboa, devidamente certificada através da iso 1401, que é certificada por uma empresa ,por exigir o grau máximo de exigência para uma praia. Não existem praticamente em Portugal, praias de utilização pública certificadas e nós estamos a lançar isso aqui na Ericeira, na praia dos pescadores, com uma certificação ambiental.

A Ericeira tem uma forte tradição turística.Que esforços estão a ser feitos para melhorar este sector?

Neste momento decorrem obras de boa assessibilidade à praia do sul. Neste caso com novo passeio, novo arranjo e nova imagem. Também temos, por iniciativa da câmara municipal, a nova iluminação da praia do sul. No ano passado fez-se toda a requalificação da frente-mar do Algodio.
Também estamos a aumentar a área da piscina atlântica da praia do sul, enchimento artificial das areias, recuperação dos balneários da praia do sul, arranjo da zona livre. Há uma série de inovações que se praticam na nossa terra, que não é hábito ver no resto do país.

Acha que, com o tempo, serão construídos mais hotéis na Ericeira, ou os que existem já são suficientes?

São, de todo, insuficientes.É necessário mais alojamento.Há neste momento, em curso, um processo para construir um hotel no parque de campismo da Ericeira.
A câmara encontra-se preocupada nesse sentido e também para procurar parceiros, para a construção de um campo de golfe na Ericeira.

Acha que o turismo deve ser considerada a principal actividade económica, uma vez que grande parte da população se encontra empregada nesse sector?

Não tenho dúvidas. A nossa única e principal vertente neste século é o turismo, lazer e qualidade.E é nisso que temos conseguido vir a apostar, e marca a diferença em relação a terras junto de nós, somos uma referência de qualidade.

O que levou a junta de freguesia a utilizar biocombustível nas suas viaturas?

Sermos muito poupados.Como não temos para gastar, temos de poupar o pouco que temos.Tudo o que é utilizado hoje por um ser humano, amanhã pode ser utilizado por um outro ser humano, com a reutilização do mesmo material.Nós reutilizamos tudo na Ericeira. Inclusivamente viaturas em fim de vida, que os donos já não querem, nós compramo-las pois quase já não se utilizam, que é o caso de um carro dos bombeiros antigos, e esse carro anda diariamente a recolher água
que não pode ser utilizada para fins domésticos, para regar os jardins.É com essa água que também lavamos as ruas e não só.Tudo é poupado ao milímetro,ao cêntimo.

Alguma mensagem para os jovens da Ericeira?

Os jovens da Ericeira têm de começar a ter mais amor pela Ericeira.Têm de pensar que vão ser eles os próximos decisórios desta vila e têm de ser criar boas práticas educacionais,sociais e ecológicas para não permitir acções de vandalismo.Quando há uma autarquia que aproveita óleo, papel e a roupa velha para dar a quem precisa e que depois anda a esbanjar dinheiro com as acções de vandalismo dos jovens que, pela calada da noite, por vezes utilizando já o fraco orçamento dos país em bebidas alcoólicas, destroem grande parte do nosso mobiliário.Não é nada dignificante quando chegamos pela manhã e vimos o estado em que nos deixam a Ericeira.Isso não é amor a uma terra.É um estado perfeito de desinteresse.Depois dizem que gostam muita da vila,mas é preciso prová-lo. E provar não é só com palavras, mas também com atitudes.


Trabalho realizado por Daniel Tomé nº 4 e Rúben Dias nº23 10 ºL

terça-feira, 3 de junho de 2008

Ser Feliz

Ser feliz é um valor,
Que qualquer um sonha ter.
É preciso é amor,
E vontade de o querer.

Ser feliz é mais que um sonho,
Também mais que a realidade.
Ser feliz não é medonho,
Podem crer que é verdade.

Eu sou feliz,
Talvez por ser criança.
Mas há muitos como eu,
Que vivem duma só esperança.

Na esperança de um grão,
Que os alimenta naquele dia.
Alguns dormem no chão,
Essa vida eu não queria.

Por isso digo que a felicidade,
Não é uma coisa vulgar.
É algo especial,
Que devemos conquistar.

A minha felicidade,
Acaba quando me lembro.
Dos problemas da sociedade,
Ao dia 11 de Setembro.

Termina quando vejo,
Raiva e crueldade.
Não sei como ainda existe,
A chamada felicidade.

Pois o mundo é cruel,
Isto por culpa da ganância.
Eu posso vir a ser adulto,
Mas prefiro ser criança!

Maick Rodrigues nº12 10ºL

Entrevista à Dra. Ana Maria Garção


Dr.ª Ana Maria Garção, de 48 anos, especializada em hemoterapia, exerce esta mesma profissão no hospital de Santa Maria (Lisboa). Esta entrevista decorreu na sua casa, em Mafra, onde nos falou sobre a sua vida de médica.

1 - Qual era o sonho profissional que tinha em criança?


O meu grande sonho sempre foi ser médica, apesar de quando era mais nova não ter muita noção do que era esta profissão. No fundo o que está inerente a esta é ajudar os outros. Também estive indecisa entre escolher Português ou Medicina mas acabei por optar por medicina, pois este curso também tinha Português obrigatório.

2 - Como foi o seu percurso escolar?


Sempre fui boa aluna, sempre adorei a escola e nunca tive problemas em frequentá-la. Há muitos jovens que fazem um sacrifício para irem às aulas, pois preferem noitadas. Eu nunca fui muito de sair, a minha prioridade sempre foi a escola. Naquela altura a média para entrar em medicina não era muito alta, por isso, consegui entrar com 15,5 valores, o que hoje não acontece, pois as médias são muito elevadas.

3 - Teve algum incentivo da parte de familiares e amigos para a sua escolha profissional?


Não. O meu pai gostava que fosse médica, no entanto nunca me pressionou, sempre tive liberdade de escolha. Nunca tive influência de ninguém. Sempre soube o que queria. Para além disso, não tenho ninguém da família que exerça esta profissão.

4 - Como foi para si tirar o curso de medicina? Quantos anos durou?


Este curso durou seis anos. Tirei-o no Campo Santana, na Universidade Nova de Lisboa. Os três primeiros anos são muito teóricos, sendo os três últimos mais práticos. Foi um curso muito trabalhoso, exigiu muito de mim e impediu-me de fazer algumas coisas que gostava naquela idade, pois tinha que estudar. Após estes seis anos, fizemos um estágio, chamado Internato Geral, onde já recebíamos ordenado e exercíamos algumas funções de um médico, no entanto, não éramos considerados como tal.

5 - Durante a sua formação apreciou mais a prática ou a teoria? Porquê?


Apreciei muito mais a prática. A partir do quarto ano do curso de medicina, a prática está mais presente e é quando fazemos as histórias clínicas, ou seja, é quando oscultamos, apalpamos barrigas e falamos com os doentes, temos contacto com estes e a partir daí conseguimos detectar o seu estado de saúde.

6 - O que fez com que seguisse esta profissão?


Desde pequena que sempre soube o que quis. E o que eu queria era ser médica. E foi devido a este sonho que segui a minha profissão. Especializei-me assim em hemoterapia, ou seja, faço transplantes de medula óssea e trabalho nas colheitas de sangue.


7 -Porquê a especialização em hemoterapia?


Quando fui para medicina, havia várias especialidades de que gostava, nomeadamente cardiologia e hemoterapia. Entretanto no curso há um teste que fazemos para vermos as nossas tendências e que nos ajudam a escolher a área que melhor se adequam. Também tinha um colega que já estava a trabalhar nesta área e interessei-me bastante. Por isso acabei por optar por hemoterapia. Apesar de ser uma área que ainda não é muito falada na sociedade, é muito importante.

8 - Onde é o seu local de trabalho? Dentro do seu local de trabalho, qual é a secção de que mais gosta?


Eu exerço a minha profissão no Hospital de Santa Maria. Gosto muito de trabalhar na área de transplantação de medula óssea, mais especificamente na colheita de células progenitoras hematopoéticas. Colhemos as células mães e colocamo-las no receptor (doente). Também retiramos plasmas, colhemos plaquetas, glóbulos brancos... É de facto uma área de que gosto bastante.

9 - Descreva-nos um dos seus dias de trabalho.


É complicado, porque tenho sempre um ou dois dias de urgência por semana. Além disso tenho turnos rotativos e por vezes faço noites. Há dias em que tenho colheitas de sangue, outros em que tenho consultas e urgências. E nestes últimos, o trabalho é muito acelerado. É onde tratamos de todos os pedidos de transplantação, seja para serviços ou blocos operatórios. Estes pedidos são todos avaliados por nós. Por isso tem que haver uma grande organização da nossa parte.


10 - Já alguma vez pensou trocar a sua profissão por outra?


Não, apesar de haver alguns dias menos bons e de estarmos chateados. Penso por vezes que poderia ter uma vida mais calma e pacífica, mas hoje em dia quase todas as profissões são muito trabalhosas.

11 - Alguma vez teve uma má experiência enquanto médica?


Nunca tive uma experiência traumatizante. Mas por vezes as coisas não correm como gostaríamos que corressem. Por exemplo, às vezes pode haver um doente que tenha poucas plaquetas e isso é muito mau, temos que lhe transplantar plaquetas. Por vezes, nós médicos, temos dias menos bons como toda a gente.

12 - Prefere trabalhar com crianças ou adultos? Porquê?


Eu prefiro trabalhar com adultos. O sofrimento das crianças é maior, por exemplo, as crianças que sofrem um hematoma podem morrer mais facilmente pois é difícil estagnar o sangue, o que já não acontece com adultos.

13 - O que se passa com a saúde em Portugal?


Estamos longe de atingir um bom grau no que diz respeito à saúde em Portugal. No entanto, eu tenho uma opinião muito pessoal. Eu acho que o Sistema Nacional de Saúde deve ser gratuito para pessoas que têm poucas possibilidades. Apesar de todas as agitações que têm havido no que diz respeito à nossa saúde, não estamos assim tão mal como dizem, pois qualquer pessoa que precise urgentemente de tratamento hospitalar é atendida sem ter identificação, o que não acontece em todos os países. Uma grande parte da população está afastada dos centros hospitalares. No entanto, não pode haver um hospital em cada esquina. Em suma, a nossa saúde não está um caos. E quando há situações urgentes, mesmo que existam grandes listas de espera, são atendidos ou operados.



Micaela Lopes nº 15
Rafaela Silva nº 20
Rita Fortes nº 22

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Entrevista ao chefe dos bombeiros voluntários de Mafra

1-Enquanto elemento do corpo dos B.V. de Mafra poderia apresentar-se?

Posso sim senhor, sou o Chefe Rui Leitão.

2-Por quantos elementos é constituído o quartel do B.V. de Mafra?

Por mais ou menos 75 homens e mulheres.

3-Há muita gente a oferecer-se para trabalhar como bombeiro voluntário?

Felizmente há.

4-A partir de que idade é que se pode ser bombeiro voluntário?

Bombeiro mesmo é a partir dos 18 anos, mas a partir dos 15/16 anos podem ser estagiários.

5-Por que razão decidiu exercer esta função?

Por gostar.

6-Há quanto tempo exerce?

Há 34 anos.

7-O quartel dos B.V. de Mafra reúne todas as condições para todo o tipo de salvamentos?

Sim.

8-O que gosta mais de fazer enquanto bombeiro?

De tudo um pouco, afinal de contas temos de estar aptos para tudo.

9-Por dia, os bombeiros recebem muitos falsos alarmes?

Não, mas em tempos recebíamos.

10-Conte-nos qual foi o salvamento que mais gostou de fazer.

Foram tantos, que em 34 anos escolher algum é difícil.

11-Relate-nos uma situação dramática que o tenha marcado.

Foi um acidente em 1989 que aconteceu comigo mesmo e com mais 4 bombeiros. Íamos a caminho de um incêndio quando capotei a viatura que caiu numa ravina. Por momentos dois bombeiros foram dados como mortos, mas felizmente sobrevivemos todos sem quaisquer danos.

Lema dos B.V. de Mafra—> Viva o bombeiro que deve ser condecorado, trabalha sem ganhar dinheiro para ver o fogo apagado!

Andreia Cardoso

Maick Rodrigues

Patrícia Barros

Sónia Santos

O Violino da Joana

Era uma vez uma menina chamada Joana que gostava muito de tocar violino. Tinha 12 anos e era muito pobre mas trabalhava, para ajudar os pais, enquanto todos os seus amiguinhos do bairro estavam na escola.
Como não tinha estudos, trabalhava na casa de uma senhora muito rica e simpática, fazendo uns vestidos até aos pés, muito bonitos. Fazia também a sua própria roupa e a dos pais, visto que ambos tinham trabalho e estavam todo o dia fora.
Não tinha avós, irmãos, primos, nem sequer tios… Mas tinha um violino, tinha-o ganho numa quermesse de um arraial do seu bairro. Era o único “brinquedo” que possuía, passava todo o tempo em que não estava a trabalhar, a tocar. Tocava muito bem mas os pais repreendiam-na, dizendo sempre: “Isso não é futuro para ti, filha…”, preferiam que ela trabalhasse como uma adulta e nunca se divertisse.
Certo dia, estava no jardim de sua casa a tocar um bela melodia, quando reparou que alguém a observava. Era um senhor alto, de meia-idade, com um bigode muito escuro e um pouco careca. A menina não ligou e continuou a tocar mais algum tempo, até que se começou a sentir incomodada. Os seus pais sempre lhe disseram que não devia falar com estranhos, mas Joana não aguentou e perguntou:
- O que deseja?
- Nada, nada… Estava só a ouvi-la a tocar. Toca tão bem! – disse o homem.
- Obrigada! Mas os meus pais disseram-me para não falar com estranhos. – respondeu agressivamente a rapariga.
- Desculpe, não a queria assustar. Apenas me chamou a atenção porque sou maestro de uma grande orquestra na cidade. José Garrido, prazer! – apresentou-se o homem esticando o braço como quem queria um aperto de mão.
- A sério? Isso deve ser espectacular! Eu chamo-me Joana, Joana Mendonça. – disse-lhe ela toda entusiasmada e apertando-lhe a mão.
- E tu tocas numa orquestra?
- Não, eu trabalho como costureira, nem sequer estudo. Não tenho tempo para essas aventuras. – respondeu a menina, baixando a cabeça, muito triste.
- Acho que te posso ajudar!
- Como é que você me pode ajudar? Eu não tenho vida para ser músico. Gosto muito de tocar violino, mas para me distrair e esquecer os meus problemas por umas horas. – disse novamente a menina desconsolada.
- Tudo bem, fica com o meu contacto e, se mudares de ideias, telefona-me.
- Mas eu nem sequer tenho telefone em casa. – informou ela.
- Então vai a um café ligar, só não quero que desperdices os teus talentos. – sugeriu o homem, um pouco desiludido mas ainda com esperança.
- Vou pensar no assunto, senhor José Garrido. Muito boa tarde! – respondeu a menina com um sorrisinho nos lábios.
O senhor apertou-lhe a mão novamente e continuou o seu caminho. Joana sentou-se no banquinho do seu jardim a pensar no que tinha acontecido, petrificada, como se lhe dissessem que nunca iria morrer, mas com um enorme brilho nos olhos e a imaginar-se com um vestido cor de rosa, muito elegante, a tocar um concerto para violino de Tchaikovsky numa grande orquestra, onde todo o público a observava atentamente.
Para estragar o seu sonho chega a mãe que lhe diz:
- Filha, a tua patroa ligou para o café a pedir que vás lá a casa arranjar-lhe um vestido que se descoseu, é urgente!
- Sim mãe, já estou a caminho. - disse ela aborrecida, dirigindo-se para casa, onde iria arrumar o violino.
A menina não parava de pensar naquela hipótese que lhe propuseram, enquanto arranjava o vestido da senhora.
Voltou para casa, ao fim do dia e, para seu espanto, o senhor José estava novamente lá em casa. Desta vez, por outras razões, porque a mãe da menina trabalhava como empregada de limpeza em salas de espectáculos e o senhor já teria realizado vários concertos nalgumas daquelas salas, foi assim que se conheceram e ficaram bons amigos, mas Joana desconhecia isso e ficou espantada.
- Você aqui? O que está aqui a fazer? – perguntou a rapariga intrigada.
- Eu sou amigo da tua mãe, há muito tempo, mas quando estive cá esta manhã não reconheci a casa, senão teria comentado alguma coisa contigo. Mas então ainda bem que nos conhecemos todos! - disse José ainda mais entusiasmado.
José tinha sido convidado, pela mãe da Joana, para jantar lá em casa naquela noite. Há muito que lhe devia um jantar e, por acaso, José estava disponível naquele dia.
O jantar foi super divertido, fartaram-se de rir. José era um homem simpático, culto mas muito humilde e divertido. Todos o adoravam! Há muito tempo que aquela família não se divertia tanto com um jantar apenas… Contaram experiências divertidas da vida de cada um apesar de José ter bastantes mais aventuras para partilhar, pois a vida da família Mendonça era muito rotineira e sem interesse. Mas mesmo assim tinham algumas histórias de infância. Depois do jantar seguiram para a sala onde finalmente começaram a conversa que interessava a Joana: a sua veia artística.
- Então Joana, tens praticado muito o violino? – perguntou interessado José.
- Nem por isso. Como já lhe tinha dito, trabalho muito e não tenho tempo para essas coisas, só o faço de vez em quando. – respondeu Joana triste mas sem o mostrar, para que a mãe não a censurasse.
- E já pensaste na minha proposta?
- Já… talvez aceite! Mas só com a aprovação dos meus pais como é claro. É uma grande responsabilidade e não sei se estou à altura. Ainda sou muito nova e tenho muito que coser. – retorquiu ela decidida.
- Mas que proposta? Não estamos a perceber nada, senhor José… – disse o pai de Joana, falando em nome próprio e da sua mulher.
- A Joana não vos contou? Eu convidei-a para entrar na minha orquestra, na cidade. Bem, antes teria de ter aulas com o nosso concertino mas, com calma e empenho, chegaria ao topo. Tens muitas capacidades, Joana, com força de vontade, poderias ser uma grande violinista. – esclareceu José.
A jovem ficou super entusiasmada e tentaram ambos convencer os pais de Joana. Conseguiram-no facilmente, visto que os pais reconheceram o valor e competência que a sua filha tinha.
Passadas umas semanas, Joana ia às aulas com o seu “professor”, duas vezes por semana. A menina conseguia conciliar o trabalho e as aulas: durante o dia, trabalhava na casa da senhora a costurar, e nas noites em que não tinha aulas praticava muito violino, em casa. Até que chegou ao ponto em que a menina estava a tocar tão bem que José Garrido decidiu definitivamente introduzir Joana na sua orquestra.
- Joana, está na altura de entrares para a orquestra. Estás a tocar melhor do que muitos que lá estão, é um desperdício andares a ter aulas, sem fazeres parte da orquestra. Continuas com as aulas mas vais também aos ensaios. São logo depois das tuas aulas. Que dizes? – perguntou José.
- Mas é claro! Há meses que esperava esse convite e, agora que o fez, nem sei o que dizer… Estou muito feliz, a sério, muito obrigada por esta oportunidade fabulosa. Vou ficar-lhe eternamente agradecida e darei o meu melhor. – disse a menina, com um enorme sorriso no rosto, sem saber o que dizer mais. Estava tão feliz! Era uma grande oportunidade que não podia ser desperdiçada e mais ainda, não podia desiludir o Senhor José e os seus pais que a tinham apoiado em tudo. Joana começava agora a ter uma nova vida, mais responsável mas também muito feliz.
Todos os membros da orquestra a admiravam. Diziam que era realmente uma grande violinista, com capacidades para tocar o melhor concerto que algum compositor tinha construído. E foi mesmo, durante um dos ensaios, o senhor José anunciou que, dali a um mês, teriam dois concertos no sul do país. Ficariam lá cinco dias. Era a primeira vez que Joana dormia fora de casa, não sabia se os pais a deixariam ir, eles sempre foram muito conservadores e nunca a deixaram dormir senão em casa. Mas daquela vez autorizaram-na, a mãe da jovem tinha muita confiança em José e reconhecera que esta era a maior ocasião para a sua filha mostrar quanto talento tinha.
Durante semanas, Joana foi incansável, estudava dia e noite. Sempre que não tinha trabalho em casa da sua patroa corria para casa ao encontro do seu violino e tocava até ao anoitecer. Nos ensaios, quando acabava um solo, todos a aplaudiam. Era uma menina de ouro que ali estava, sem ninguém lhe ter dado até então o devido valor.
Quando chegou à altura de partir para o sul de Portugal, Joana teve medo. Não sabia se ela e o seu violino estavam prontos para um tão honrado concerto mas, mesmo assim, partiu sem hesitar pois tinha sempre na cabeça aquela imagem de um fabuloso espectáculo onde ninguém tirava os olhos de si.
- Mãe, tenho medo de não conseguir dar o meu melhor. E se eu me engano? Ou se fico nervosa e me atrapalho toda? Ai… não sei o que faça para me acalmar. – disse Joana toda nervosa.
- Filha, não estejas preocupada! Tu és a melhor violinista que eu já vi… e acredita que já vi muitos concertos. Não te vais enganar de certeza, conheces as músicas e sabe-las de trás para a frente. Não fiques nervosa, querida! – acalmou-a a mãe, com muita quietude e sinceridade.
Chegou a altura do concerto. Joana estava muito agitada e não dizia coisa com coisa, só pensava que podia estragar todo o concerto por um engano e desiludir todos os outros membros da orquestra, o maestro, os pais e, principalmente, os espectadores. Mas finalmente acabou! Correu tudo lindamente, Joana estava felicíssima! Não tinha errado uma vez só, todos a aplaudiam incluindo o maestro e os outros músicos. Tudo tinha sido como ela imaginara. Estava muito bonita, com um vestido cor-de-rosa que ela própria costurara. Tocou um concerto para violino de Tchaikovsky e todos a aplaudiram alegremente. Sonhava com este cenário há muito tempo… talvez desde que recebeu o seu violino numa simples quermesse da festa da sua terra. O maestro pediu que filmassem o concerto e foi, mais tarde, a casa de Joana entregar a gravação, pessoalmente, aos pais da menina, que acabaram por vê-lo todos juntos, numa noite de fim-de-semana.
Rita Fortes nº22

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Derradeiro Suplício

O derradeiro suplício é aquele que nos acompanha em memória para toda a vida,
Aquele que integra quase toda a alma,
Aquele que derrama o ténue amor vindo do coração,
Aquele que invade o pensamento com línguas mortas de infância.
É aquele que apela à sôfrega palavra do silêncio,
Aquele que vagueia na penumbra da imaginação,
Que espera pelo momento calmo para provocar a inquieta angústia,
Que incute toda a mágoa em escassos segundos,
Que provoca lágrimas de eterno sofrimento.
O derradeiro suplício é uma noite de alma perdida.


Sílvia Teixeira

A cegueira humana

O livro Ensaio sobre a cegueira de José Saramago é uma autêntica obra sarcástica mas realista.
Esta romance serve apenas de pretexto para revelar, em novela, a decadência da condição humana em situações de privação. A obra pode ser caracterizada como assustadora devido carácter quase mórbido como trata a condição humana, no entanto, a obra retrata uma situação imaginada sem deixar transmitir veracidade à condição humana nela apresentada.
José Saramago conseguiu retratar a condição humana como uma condição frágil, que se quebra com a simples privação de um meio de sobrevivência, neste caso a visão, conquistando o leitor pela forma simples mas profunda de abordar este tema.


Sílvia Teixeira

O menino perdido

Um menino indefeso perdido num livro
Perdido entre páginas
Palavras
Letras
Conjunções e locuções...
É como se se tivesse perdido num dicionário.
Refugiado da tristeza que era viver na realidade,
Do medo dos castigos da mãe.
Refugiado das sombras que o envolviam na vida
Comparado a um ponto de interrogação.
Perdia-se nas dúvidas da sua existência
No entanto
Perdido entre tantos enredos
Começava a sentir a saudade da liberdade de viver
E continuava perdido no livro,
Na esperança que chegasse ao fim...
Qunda finalmente ouviu a fechadura do livro abrir-se
E saltou para a estante da sua casa
Sentiu-se novamente perdido...
Sem a mãe que morrera...
Agora,
Passados trinta anos,
Tinha idade para ser seu pai
Dividido entre duas tragédias
Optou pela mais fácil
Com algumas recordações voltou para dentro do livro.
Imaginando ouvir a voz da mãe a pedir-lhe para não desperdiçar a vida com a mania das leituras.
Deixou-se ficar sentado num parágrafo curto,
À espera de um final feliz...


Sílvia Teixeira

Entrevista a Gonçalo Macedo (Salu)

Gonçalo Macedo iniciou a sua carreira musical aos 18 anos, em Mafra, o que o influenciou muito, divido à mentalidade das pessoas da sua zona. Os seus amigos (Sk8 e Skim) lançaram-no no meio musical em Fevereiro de 2007...

1- Quando descobriste que tinhas vocação para a música?
Tudo começou com uma brincadeira de uns amigos. Sempre gostei de fazer poemas, desde o tempo da primária, achava engraçado brincar com as palavras, expressões, tudo o que me viesse à cabeça... O Hip Hop é praticamente "poesia cantada" e experimentei gravar um poema meu em cima de um instrumental, e até ficou engraçado, o que me levou a apostar e consequentemente a melhorar e criar novas músicas.

2- Nunca pensaste em desistir da tua carreira?
Nas fases em que me pergunto "porque é que entrei neste mundo?" ou "o que é que estou aqui a fazer?" ... Mas são meros pensamentos que acabam por se desfazer com qualquer elogio ou apoio que me possam dar.

3- Que planos tens para o futuro?
Planos para o futuro são muitos, a cada hora que passa um novo plano surge... O meu principal objectivo é deixar uma marca no mundo musical e uma mensagem ou perspectiva a alguém que necessite.

4- Tens recebido muitas propostas de trabalho?
Algumas, tendo em conta que só comecei à cerca de um ano, já surgiram muitas propostas inesperadas. Mas como ainda estou pouco maduro tento ir com calma.

5- O que sentiste no teu primeiro concerto?
Um grande ataque de ansiedade, mas acabou por correr bem, mais do que alguma vez podia imaginar.

6- O que sentes quando estás no palco a actuar?
Antes de entrar penso logo no pior cenário, mas mal suspiro para o microfone em frente ao público ganho a força toda do mundo e canto como se fosse o meu último concerto.

7- Qual é a tua influência a nível musical e porquê?
A minha influência a nível musical é a música em geral. Todo o artista faz a sua arte com o intuito de deixar uma perspectiva que certamente será diferente da nossa. Todos os estilos de música têm um modo diferenciado que varia de cultura para cultura o que, nos fornece uma grande riqueza a nível musical, ou seja, qualquer estilo de música pode ser uma influência e cabe a um bom artista saber ouvir e apreciar de tudo um pouco.

8- Compões as tuas próprias músicas?
As letras são da minha autoria e as bases musicais são compostas por vários produtores.

9- Em que te inspiras quando escreves?
Inspira-me o dia-à-dia e é ao acaso que consigo escrever uma letra razoável, muitas vezes passo semanas a escrever esboços para uma boa letra.

10- O que significa a música para ti?
Tudo o que posso imaginar. Vejo a música como a banda sonora da minha vida, em que cada momento é associado a uma música.

11- Que mensagens pretendes passar através da tua música?
O principal objectivo é alertar a minha geração para os erros que cometemos e tento transmitir uma mensagem positiva no amor, no dia-a-dia e na nossa própria maneira de pensar.



Sílvia Teixeira 14.5.08

A noite

A noite é a escuridão
Durante a noite aparecem os que se escondem de dia
É à noite que os medos, as reflexões, as sombras, as memórias,
Tudo surge no pensamento que voa na escuridão
O vento sopra férvido e gélido
A alma aquece e o sentimento arrefece
A mente queima e o corpo gela
Durante a noite o tempo é relativo
Quando pensamos que passaram minutos enquanto sonhávamos,
Passavam horas da noite
As folhas secas de Inverno pairam na varanda onde,
No Verão, pousam as belas andorinhas negras como o escuro da noite e brancas como a luz do dia
A noite é o refúgio dos sonhos, das ilusões
Até da eterna esperança que perdura no coração mais negro que existe
A noite é onde tudo acontece e nada se sabe
É onde a realidade e a ilusão se encontram
Onde a morte e a vida se cruzam
Onde o amor e o ódio se completam
Onde os amantes se entregam sem pudor
É à noite que ouvimos o silêncio que nos escuta a passar
É à noite que se encontram mais obstáculos nas nossas jornadas
As vozes e até o mais ínfimo som nos assustam
A noite é a escuridão que nos consome
Que nos devora internamente na eternidade das horas da noite
A noite é tudo e nada enquanto as horas passam nos minutos do pensamento.


Sílvia Teixeira

terça-feira, 27 de maio de 2008

Pesadelo

Era já muito tarde. Não conseguia, de forma nenhuma, adormecer. Arranjar uma solução para aquele problema, parecia-me impossível. Teria solução?
“Pensa Sara… pensa!” dizia eu para mim mesma. Nunca pensei ver-me numa situação destas. Porquê a mim?
Continuava a raciocinar pela resolução deste enigma, na escuridão do meu quarto onde apenas se ouvia o ressoar do vento lá fora. Fixei-me num boneco exposto em cima da cómoda à frente da cama. Como se olhasse para o infinito. Estava concentrada nos meus pensamentos quando tocou o telefone. Seria ele? Deveria atender? Parei um momento, totalmente perplexa. Tive medo.
O medo sempre se apoderou de mim ao longo de toda a minha vida, órfã de pai e de mãe sempre foi um pesadelo. Viver na penúria das minhas mágoas passadas, sem ter ninguém. Sozinha. Agora ainda é pior…
O telefone tocou novamente. Atendi.
- Olá Sara! Pronta para enfrentar o destino? – Disse a voz do outro lado da linha.
- Quem és tu? O que é que queres de mim? Deixa-me em paz!!!
- Sou o teu pior pesadelo querida…
Desliguei o telefone. Fiquei alguns segundos paralisada, com as mãos a pressionar o telefone como se quisesse destruí-lo. Continuei a olhar fixamente para o pequeno boneco, em cima da cómoda, cujo olhar amigo começava a parecer triste como um indício do destino trágico que me esperava.
De repente, o som do vento a bater na janela tornou-se mais intenso. Dirigi-me à janela para verificar se estava bem fechada. E estava, o que significava que o assobio assustador não era do vento. Alguém bate na porta e o meu coração parece sair pela boca. Deveria abrir? De repente começam a bater incessantemente na porta como se alguém estivesse pronto a arrombá-la do lado de fora.
Sem aviso, a porta abre-se e ninguém estava do outro lado. No chão encontrava-se um revólver e um bilhete.
Quem me está a seguir? E porquê a mim? Apanhei a arma e o bilhete. O bilhete dizia: “Tens duas opções – vida ou morte. No revólver está a bala que te levará à morte imediata. Do resto da tua vida, trato eu”.
Tive medo. Não sabia para onde haveria de ir. Só me apetecia fugir. Quem teria deixado aquele bilhete? Seria ele? Corri pelas escadas acima, na ânsia de alcançar o telefone para pedir socorro. Transpirava muito e a escada parecia não ter fim. Cada segundo parecia-me um ano. Quando finalmente cheguei ao piso de cima e agarrei no telefone, senti algo a tocar-me no ombro. Fiquei aterrorizada. Alguém me sufocou e num ápice tudo ficou escuro.
Não me lembro de mais nada. Acordei. Acordei num sítio pavoroso. Eu, numa cadeira de madeira velha, completamente amarrada, olho ao meu redor e deparo-me com corpos nus envoltos num plástico transparente e repletos de sangue, presos por cordas pregadas no tecto. Parece que nesse instante o meu coração tinha parado de bater.
O silêncio dominava o recinto até que ouvi a voz dele. Era ele. O homem que matara os meus pais. Foi horrível aquele momento, mal conseguia olhar para a sua cara. Até que me agarrou e disse “É a tua vez Sara”. Só me apetecia gritar. Soltar aquelas cordas que me prendiam e fugir dali, mas parecia-me impossível.
Parei com estes pensamentos, tentei acalmar-me e ser racional. Tinha de haver uma solução, mesmo que parecesse o fim da linha. Eu sabia disso, até que me lembrei de uma maneira de me poder ver livre. Foi naquele momento que comecei a mexer os braços freneticamente. Ele tirou-me a fita que tinha colada na boca e perguntou-me com um tom agressivo “O que é que queres?”.
Preciso mesmo de ir à casa de banho – disse eu. Se pensas que caio nessa cantiga, enganaste! – Desisti. Ele nunca cairia na minha conversa. Limitei-me apenas a espernear. No segundo em que olhei para o lado oposto onde ele se encontrava, senti uma facada do lado esquerdo da barriga. Não fiquei inconsciente, mas dei-o a entender, para que não me voltasse a esfaquear.
Nos instantes seguintes apenas senti o cheiro intenso a gasolina. Senti o meu corpo pesado e a cabeça a andar à roda. Estava mole mas consegui abrir os olhos e vi os tais corpos a arderem no tecto. Temi pela minha vida. Um a um, os corpos carbonizados começaram a cair no chão. Levantei-me lentamente com dores agudas no abdómen. Dirigi-me, com paços curtos, para a porta na esperança de estar aberta. Esperança vã. Estava bem trancada. Quase chorava com o fumo que me cegava. E foi quando reparei numa janela ao fundo da sala. Uma saída!
Já do lado de fora da janela, apercebi-me de que estava na estrada. Já sem forças, caí. Estava estendida no meio da estrada, onde aparentemente não passava ninguém. De repente vi uns faróis de um carro. Ouvi umas vozes. Alguém me colocou dentro desse mesmo carro. E tudo mudou.
Agora vivo longe. Muito longe. Longe dele e de todo o perigo por que passei. Sou feliz, mas sei que ele pode a qualquer momento voltar. Trim Trim. O telefone tocou… e eu atendi.

Inês Martins
Bruno Laert
Rafaela Silva
Ruben Dias

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Injustiça em vez de Liberdade

Era uma vez uma mulher chamada Cristina. Ela era loira, tinha olhos escuros e cansados e, principalmente, era muito magra. Tinha agora cerca de 43 anos.

Quando tinha 24 anos, teve uma filha cujo o pai era um colega seu de trabalho. A mulher trabalhava numa discoteca em Lisboa, servindo bebidas aos clientes já embriagados e foi aí que o conheceu. Quando lhe disse que estava grávida, o homem despediu-se e nunca mais apareceu. A jovem pensava mesmo que ele tinha saído da cidade.

Os pais de Cristina tinham morrido quando esta tinha 18 anos, num passeio de canoa, fora do país. Uma baleia mordeu-os e nenhum deles tinha conseguido sobreviver. Portanto, a jovem vivia na Alta de Lisboa, um bairro à entrada da grande capital, com a sua avó. Quando a criança nasceu, foi criada por ambas. Entrou na escola aprendendo a ler e a escrever e tornou-se uma jovem responsável e trabalhadora.

Apesar destes benefícios, eram uma família com bastantes dificuldades financeiras até que chegou o momento de Cristina tomar um atitude para conseguir sustentar a avó e a filha. Estava farta de trabalhar num restaurante todas as noites. Quase não via a família porque os horários não eram compatíveis.

Certo dia, a mulher estava a tentar adormecer quando já eram umas 5:00h da manhã e teve uma ideia, não muito feliz, mas com a qual poderia ganhar muito dinheiro: roubar não seria solução, então começou a fazer tráfico de droga.

Fazia viagens constantemente à Holanda e a outros países para ir buscar droga e conseguia transportá-la para Portugal. Quando chegava vendia-a a um bando de mafiosos, numa praia deserta, no litoral do nosso país. Era assim que conseguia ganhar milhares de euros. A avó e a filha perguntavam-lhe onde é que ela conseguia arranjar tanto dinheiro, mas Cristina dizia que tinha um negócio em vários países da Europa.

Mas esse negócio não correu muito bem, pois numa manhã, num dia bastante chuvoso, enquanto a bela mulher passava a droga aos mafiosos que depois a vendiam, a polícia foi fazer uma ronda pela praia, devido ao facto de um casal de idosos suspeitar que se passava qualquer coisa na praia deserta...

Os homens fugiram, mas Cristina estava carregada e nao conseguia correr. Foi capturada pela polícia e, como é óbvio, presa.

A partir daí, a vida daquela mulher transformou-se num inferno. Estava numa cela com mulheres de muito mau aspecto que haviam morto e roubado pessoas. Só Cristina fizera tudo por amor à família, para que não morressem todas à fome.

Cristina ansiava liberdade, liberdade de passear e brincar com a filha e com a avó, de dançar, de cantar... LIBERDADE! Mas não conseguiu! Depois do julgamento ficou com uma pena de 15 anos. Só quando tivesse 58 anos é que poderia fazer todas essas coisas...

Há injustiça no Mundo, mas não há LIBERDADE!


Rita Neves Fortes

nº22

quarta-feira, 21 de maio de 2008

O amor,
quando se anuncia
não tem limite.
Fala: amo-te acima de tudo.
Consente: não sei o que te dizer.

O amor
ama loucamente.
Diz que ama
mas afinal é mais do que amor,
é uma loucura sem explicação.

O amor,
sem saber o que fazer
espera e desespera.
Enlouquece!
mas continua apaixonado.

Rodrigo Figueiredo (Frederico Duque dos Santos, 10ºl)
Liberdade,
tu que foste condenada,
tu que foste censurada.
Falavas: Dizias não á Ditadura.
Calavas: parecias desaparecer.
Tu que foste aclamada e desejada,
mas és o que hoje não se sabe.
Eu não sei o que é a liberdade.
Chorar, falar, amar?
O que será a liberdade?
Ninguém o sabe verdadeiramente.

Chorá-la,
senti-la e desejá-la.

Falar e não falar,
enfim… consenti-la.

Amar.
Amá-la e não a ter.
Mas afinal.
Ah! Afinal, não poder dizê-la,
mas simplesmente a amar.

Rodrigo Figueiredo (Frederico Duque dos Santos, 10ºl)
No acaso da vida,
um acaso de uma rapariga loira.
Uma rapariga, que me faz recordar e viver…
Uma rapariga! …

Quem sou? Pergunto-me.
Sou este que a ama! Respondo-me.

No acaso de uma tristeza,
ocasionalmente inesperadamente,
uma rapariga!
uma rapariga loira!

O que faço aqui? Pergunto-me.
Estou a amá-la! Respondo-me.

Num acaso inesperado,
um amor proclamado.
Uma rapariga loira!
uma rapariga que amo!...

Rodrigo Figueiredo (Frederico Duque dos Santos, 10ºl)

terça-feira, 20 de maio de 2008

Liberdade

Gostava de ter a liberdade de parar o tempo. Parar a minha vida naqueles momentos bons que já vivi.
Queria mudar o mundo e transformá-lo à minha maneira. Queria ter essa liberdade de voar, de fazer todas as coisa possíveis e imaginárias. Quem me dera poder ter mais amigos , que me ajudassem.
Tantas vezes não disse nem gritei aquilo que sentia só com o medo que alguém me pudesse julgar...
Quando será que todos vamos ter a liberdade de sermos felizes ??
A liberdade de deixarmos os preconceitos de lado e amar todos da mesma maneira. Não há nada mais forte que este sentimento.
Se eu pudesse ter a liberdade de fazer tantas outras coisas ...

Hino ao Amor


O que é o amor?

Já me perguntei muitas vezes o que é o amor e já procurei em vários lados a definição do próprio...

Sabem o que encontrei?

Tudo e nada, muito e pouco, útil e inútil...

Encontrei várias definições e todas elas diferentes, sendo que a única em comum que elas tinham era o facto de o amor ser um sentimento forte.

Já viram isto?!... Como posso eu ter a certeza do que é o amor, se não encontro uma definição sólida?

Sinceramente não sei o que é, mas acho que esse sentimento tão grande e tão forte se encontra extremamente banalizado. Hoje em dia vejo e oiço muitas pessoas dizerem umas para as outras "Eu amo-te", ao que a outra responde "Eu também te amo!" Será que as pessoas têm mesmo a certeza do que dizem?

Eu acho que não... Acho que dizer a alguém "amo-te" é muito mais do que o gostar simplesmente, acho que é uma entrega plena.

Para ser sincera, não sei se o que digo está certo ou errado, mas acho que a maior parte das pessoas que dizem " Eu amo-te", não têm bem a certeza do que dizem, não acreditam plenamente naquilo que acabaram de dizer, mas dizem-no porque fica bem afirmar que se ama alguém. Talvez para se sentirem completas? Cheias? Realizadas? Felizes?

Não sei porque o dizem, mas lá que dizem, ai isso dizem... E se pensarmos bem vemos que é verdade!

Tantos erros que podem cometer ao dizer que amamos alguém sabendo que não é bem assim, mas sabem que mais???...

Acho que ainda vamos bem a tempo de salvar a situação, de voltar a dar aquele significado tão especial!... A quela palavrinha tão pequena, mas que na sua essência contém o maior sentimento, a maior glória, o maior prazer, a maior alegria de todas...

Amar e ser Amado!!!
Mónica Francisco

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Elphias o elfo

Há muito tempo atrás, num mundo distante, vivia um ser divino. Elphias era uma criatura marcada por características raras. Fora abandonado à nascença e acolhido por uma familia numerosa com poucas posses económicas. Apesar de ter sido aceite com amor pelos pais adoptivos, não o fora pelos supostos irmãos que o humilhavam por ser diferente.

Elphias vivia triste, sentado em cima da sua árvore, olhando o horizonte e esperando que a sua vida fosse mais do que aquilo que via e possuía.

À medida que elphias is crescendo também as suas capacidades mágicas iam evoluindo, despertando nele novas ideias e novos horizontes.

depois de ter completado o seu décimo sétimo aniversário e por ter um grande pensamento filosófico e realista começou a pensar no que poderia fazer para ajudar a humanidade. E lembrou-se de começar por salvar Portugal, maravilhoso reino da fantasia do ocidente.
Pegou nos seus pós de perlim-pim-pim e teletransportou-se para Lisboa, a capital do reino. Este era governado por um malvado feiticeiro chamado Trócaste.

Trócaste era alto, de cabelos grisalhos e com um nariz muito, muito grande. Além disso, e apesar de dizer que ba indústri textil e os sapatos portugueses eram muito bons, só usava fatos e sapatos italianos.

Elphias foi ao palácio de S. Bento, onde Trócaste vive. Ao chegar é travado por um garda gordo e careca que só diz "jamais".

O gurada atira a Elphias um maço de papel com o projecto do Aeroporto da Ota. Elphias tira a sua espada e defende-se cortando o projecto em mil pedaçinhos, lança 0s seus pós de perlim-pim-pim ao guarda e este transforma-se num sapo.

De seguida dirige-se à porta da sala do trono onde se encontra Trócaste. Chegado à sala do trono, deparou-se com trócaste morto no chão. Chamou a polícia e para não ter nada a ver com o sucedido, teletransportou-se novamente para o seu reino longuínquo, onde encontrou uma criatura com características raras como ele, ou seja, não muito bonito.

Foi amor à primeira vista! Os seus olhos gelatinosos cruzaram-se e apaixonaram-se. e, assim, viveram felizes para sempre, tendo catorze filhotes, cada um pior que o outro...

Maria Caseiro
Mónica Francisco
Daniel Tomé
Frederico Santos
Rafaela silva
Inês Martins

Liberdade


Querido diário,

Hoje o dia começou normal, como todos os outros dias de escola: acordei, vesti-me a custo, tomei o pequeno almoço e fui para a escola.

Na escola a primeira pessoa que vi foi a minha melhor amiga, que estava feliz pois no dia 25 de Abril, para mim um dia normal, como todos os outros, iria para casa de um amigo.

Tive aulas sendo a primeira delas todas inglês, uma disciplina que eu adorava, e seguidamente tive português, onde começamos a falar do 25 de Abril - uma importante data histórica para os portugueses - e sobre o tema da liberdade.

Para ser sincera acho que nunca me interessei tanto por uma aula, como aquela de português onde percebi muitas coisas. Cheguei à conclusão que o 25 de Abril não é apenas mais um feriado, mas sim um dia extremamente importante para a história do nosso país, onde os nossos avós lutaram pela sua liberdade, pela liberdade de expressão, pela liberdade de imprensa, pela sua própria liberdade, pela liberdade de poderem rir-se e falar sem medos. Por uma liberdade, que nós hoje dispomos sem termos que lutar muito ou nada para a obter.

Isto tudo fez-me pensar, pensei em todas as coisas pelas quais tive que lutar. E sabes que mais diário? Nunca tive algo por que tivesse que lutar com tanta força como os meus avós lutaram pela sua e pela nossa liberdade.

E fiquei feliz, fiquei grata aos meus avós e aos avós de outras crianças como eu, que hoje dispõem de liberdade graças a eles, que enfrentaram, com coragem, a ditadura de Salazar, que lhes tinha tirado a coisa mais importante de todas: a LIBERDADE!!!

Bem vou dormir, bjs da tua amiga Saritaaa



Mónica Francisco 10 L

terça-feira, 13 de maio de 2008

Liberdade

Liberdade, onde estás? Para que serves se não me socorres? É tão difícil viver assim. Não poder falar, pensar, amar, até sorrir... Oh, liberdade! Anseio por te ter!
Quero poder sonhar mais alto... Viver sem este tormento, poder ter-te, liberdade!
Acredito que um dia me possa tornar livre. Livre como um pássaro que aprende a voar. Livre como uma borboleta que paira sobre as flores. Livre como uma folha que cai da árvore, num dia de Outono. Livre como tu, liberdade!
E quando esse dia chegar, o céu será o limite. Tudo se tornará mágico e belo... como sempre sonhei!
Rafaela Silva nº20

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Em busca do amor





Era uma vez o Reino da Fantasia... Este reino era muito vasto e rico em magia e aventuras sobrenaturais. Existia todo o tipo de monstros, feiticeiros, fadas e druídas e também um príncipe e uma princesa. Ela chamava-se Elisabeth. Era uma jovem de olhos verdes, cabelos loiros e com um sorriso muito doce, invejada por todas as outras princesas do Reino. O príncipe chamava-se Teodorico e era um jovem feio, mas valente.


Um dia a princesa foi raptada por um feiticeiro, rival do seu pai, para que lhe concedesse o seu reino. Sabendo deste horrivel rapto, o príncipe, apaixonado, resolveu ir salvar a sua amada.


Apercebeu-se que não iria consegui-lo sozinho e, por essa razão, decidiu pedir ajuda ao seu amigo centauro. Philip, na sua metade homem, possuía cabelos pretos e longos, olhos azuis-escuros e pele morena; na sua metade cavalo possuía um pêlo suave e escuro e cascos fortes. Em suma, era um ser divinamente maravilhoso.


Ora juntos iniciaram a sua longa e dolorosa viagem em busca da bela princesa. Enquanto isto, Elisabeth encontrava-se em desespero pois o malvado feiticeiro lançara-lhe um feitiço para que ela, ao pôr-do-sol se tornasse, uma centauro-fêmea.


Tudo isto, deixava a princesa triste, não só por estar só como também por não saber como iria o seu reino aceitar esta transformação...


Já percorridas muitas milhas, depois de terem enfrentado os piores perigos do mundo, e de o cansaço se ter apoderado deles, decidiram descansar junto a uma montanha.


Em busca de água potável, o feio príncipe tropeçara num duende e avistara o reino do terrivel feitiçeiro.


Depois de chamar Philip para ver o tal reino maléfico, decidiram que, na manha seguinte, iriam salvar a linda princesa dos braços do feiticeiro malvado.


Assim foi acordando ainda muito cedo começaram a caminhar, visto que a viagem ainda seria longa. Depois de um enorme esforço, deram de caras com uma horrível sala silenciosa, com quadros desagradáveis mostrando sofrimento, expelindo das paredes sujas uma substância vermelha. Quando menos se esperava, saltaram para cima dos dois, goblins que trabalhavam como seguranças do feiticeiro. Como não havia fuga possível, os dois corajosos não tiveram outra opção senão a de batalhar contra todos os seres horríveis à sua volta. acabadas as lutas, mortos todos os inimigos e encontrados uns lances de escada, os dois amigos começaram a subir repentinamente até que, finalmente, chegaram ao quarto ocupado pela princesa.


Ao abrir a porta conseguiram ver o feiticeiro a agarrar Elisabeth, que foi metida, apressadamente, numa gaiola gigante. A princesa começou a chorar. Philip, não deixou o malvado fugir e começou a lutar contra ele, enquanto que o príncipe se dirigia à gaiola.


A luta durou bastante tempo, pois o feitiçeiro era um mestre em magia e só com a força do amor e da esperança é que conseguiram derrotar o feitiçeiro. Mal este tinha morrido, a porta da gaiola abriu-se e Elisabeth saiu dali a correr e foi agradecer aos seus salvadores, que se encontravam felizes por finalmente terem conseguido derrotar o malvado.


Depois da árdua batalha chegava agora a hora do regresso a casa que iria demorar mais tempo, pois a princesa iria necessitava de descansar. Todas as noites Elisabeth saía de perto dos seus salvadores e ia para a floresta sozinha, o que deixava os outros indignados, mas não se opunham...


Uma nite, depois da princesa ter ido para a floresta o centauro decidiu ir também passear pela mesma. Enquanto este estava a beber água viu um centauro-fêmea linda, pela qual ele se apaixonou logo. Para que brar o mistério que se punha em volta daquela criatura divina ele dirigiu-se a ela e começaram a falar. Falaram durante muito tempo, mas antes do amanhecer ela foi-se embora, deixando Philip admirado e ansioso por estar com ela outra vez.


Nas noites seguintes aconteceu a mesma coisa, o que deixava Teodorico triste, pois não podia estar com Elisabeth à noite para lhe poder dedicar o seu amor. Enquanto o príncipe estava sozinho na clareira, Philip encontrava-se com Elisabeth, apesar de não saber que era ela e, numa dessas noites, o centauro decidiu declarar o seu amor à bela fêmea que, ao ouvir aquilo, saiu dali a correr. Não por não gostar de Philip, mas com medo que ele não aceitasse este seu destino, o de ela se transformar todas as noites num centauro-fêmea, afastando-o dela por ser a princesa.


Na noite seguinte, o centauro estava decidido a encontrar a sua amada e percorreu a floresta mas não a viu, ficando triste e cada vez mais em baixo.


A princesa, ao aperceber-se de como Philip se encontrava, decidiu fugir, fazendo com que Teodorico e Philip fossem atrás dela. Teodorico, como era fraco, parou para descansar pouco tempo depois de a ter começado a procurar, mas Philip não! Enquanto procurava viu a sua amada a correr e decidiu segui-la discretamente. Quando ela parou, ele escondeu-se atrás de uma árvore e de repente, dela saiu uma luz enorme. Quando a luz se desvaneceu ele viu Elisabeth! O espanto de Philip foi enorme e não conseguiu permanecer escondido. Dirigiu-se à Elisabeth e ela começou a chorar. Ele comovido pelo choro da sua amada , abraçou-a e beijou-a, selando assim o amor deles.


Enquanto Philip e Elisabeth estavam sentados bem juntinhos, o príncipe apareceu ao pé de ambos e começou a barafustar dizendo que Philip, o seu grande amigo, revelou-se um traidor e um infiel.


Perante a frieza de Teodorico, Philip e Elisabeth assumiram o seu amor, demonstrando que estavam verdadeiramente apaixonados. Teodorico, triste com o que acabara de ouvir, retirou-se cabisbaixo. Enquanto caminhava em direcção ao palácio, uma senhora idosa vestida, toda vestida de preto e com um ar misterioso, quis ler-lhe a sina. Ele aceitou e Darzília disse-lhe que ele encontraria uma princesa digna do seu amor.


Teodorico não sabia se haveria de acreditar no que Darzília lhe dissera, mas, mesmo assim, ficou feliz.


Chegando ao palácio, o seu pai informou-o de que tinha arranjado uma nova empregada, pois tinha apanhado a anterior a roubar ouro. Quando Teodorico a viu achou-a muito bonita e logo apaixonou-se pelos seus cabelos pretos e pelo seu vestido lindíssimo, que lhe ficava muito bem. A rapariga também se apaixonara pelo seu charme. Foi amor à primeira vista, algo que nunca lhe tinha acontecido, acabaram por se beijar. Pediu-a em noivado e esta, sem hesitar, aceitou.


O apaixonado Teodorico apresentou Maria odília ao seu pai, mas este não achara muito bem um príncipe casar com uma simples empregada. Apesar disso, sabia que o filho estava verdadeiramente apaixonado por ela e que era correspondido. Aceitou então que se casassem e marcou um belo casamento para a semana seguinte. O casamento foi lindo e invejado por muita gente.


Passados cinco anos, Maria Odília tinha tido dois gémeos e estava grávida do terceiro filho que esperavam que fosse uma menina linda como a mãe.


Com o passar dos anos foram-se apaixonando cada vez mais. Eram muito felizes. Chegaram a ter dez filhos.


Um dia ao ouvirem dizer que o rei Silvestre, o pai de Elisabeth tinha morrido Teodorico e a sua familia decidiram ir ter com Philip e Elisabeth para lhes dar os seus sentimentos e, naquele momento de tristeza Teodorico ao vê-los tristes decidiu perdoa-los e tornaram-se outra vez grandes amigos.


Meses depois voltaram a encontrar-se e Elisabeth e Philip apresentaram a Teodorico e a Maria Odília os seus filhos e estes ao conhecerem os filhos de Teodorico e Maria Odília tornaram-se logo amigos.


E foram crescendo todos juntos e tornaram-se todos muito amigos e viveram todos felizes para sempre.


THE END



Ana Rita 10 L
Jéssica 10 L
Maria Luisa 10 L
Mónica Francisco 10L
Rita Fortes 10 L
Micaela Lopes 10 L
Maick Rodrigues 10 L

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Luto de Amor

A tristeza difunde-se por todo o meu espaço
Tudo o que me rodeia vai escurecendo
Vai entristecendo até ficar de luto
Até o meu espaço ficar todo revestido de negro.
A minha mente vai-se completando de sabedoria
Mas há conhecimentos tão banais
Acontecimentos completamente desnecessários
Ainda assim há tanto por descobrir.
O amor impede-me de fazer o meu luto
De deixar o negro entrar no meu coração até que
Até que a tristeza se canse de me consumir
E deixe que eu viva eternamente o meu amor.
No vazio as minhas palavras fazem eco
É o eco das palavras vazias
É o eco dos gritos da dor
É o eco do tormento do amor.
Um anjo acalma-me
Abraça-me criando uma aura de ternura
Que me envolve até estar protegida
E diz-me para não ter medo da realidade.
O amor impede-me de fazer o meu luto...

Sílvia Teixeira

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Rosa do Amor

O botão de rosa que desabrocha por cima dos nossos corpos que
Cobertos pela sombra de um símbolo do amor
Se entrgam aos encantos do pôr-do-sol
A rosa vermelha que inevitavelmente simboliza o puro sentimento
Por vezes entristece com a gota de lágrima que lhe toca
No entanto não deixa que o nosso amor se desvaneça
Por entre as nuvens do céu azul e a luz do pôr-do-sol reflectida na terra que nos rodeia
As nossas almas que
Comparadas com a rosa
São meras formigas
Ainda assim o nosso sentimento perdura na beleza da paisagem que nos envolve
Gota de lágrima que foi esquecida na imensidão do botão da rosa vermelha.


Sílvia Nº25 10ºL

Ilusão

As nuvens cinzentas
O negro olhar
O vento suave que me envolve
A brisa que toca no meu rosto
Como se quisesse secar as minhas lágrimas repletas de emoção
Emoção essa que
Tal como o espanto
Foi deixada no esquecimento
O amor intenso de que toda a gente fala
Mas que ninguém sabe realmente definir
Meras ilusões que nos são implementadas e
No entanto
Só nos desiludem
A flor que desabrocha nos olhos de uma criança
A inocência constante num ser preenchido de pureza
A beleza do que o rodeia
O espanto que lhe provoca
A criatividade que lhe é instigada através de banais elementos da vida
O sorriso mais sincero que pode existir
O ser repleto de real verdade
Meras palavras que possa dizer
Mera alegria que possa contagiar
A relativa felicidade da vida.

Sílvia Nº25 10ºL

sábado, 9 de fevereiro de 2008

A Rosa que chorou


Numa aldeia quase deserta viram-se pela primeira vez, durante um passeio ao fim da tarde, enquanto o sol se punha no horizonte.
Éramos poucas e brancas, mas conseguimos perceber que, nesse instante, sentiram uma enorme atracção, como se fossem almas gémeas que nunca antes puderam estar juntas. Talvez nunca tivessem reparado na presença um do outro... Talvez não fossem da mesma aldeia ou país... Talvez só agora reparassem como podem dar uma bela história de amor... Não sei! Só sei que quando os vi apaixonados e carinhosos, imaginei uma rosa vermelha, gigante, com um pequeno sorriso, suspensa no ar, olhando-os com ternura e emocionando-se. Tal como nós, emocionámo-nos tanto, apesar da chuva, beijaram-se.

Micaela Lopes nº15
Rita Fortes nº22